Antes de engravidar e de ter o bebê, eu pensava que a amamentação, era algo simples, tirar os seios e dar o alimento ao bebê.
Quando o Vitor nasceu, eu comecei a ver que a coisa era um pouco diferente. Eu não tive problemas de amamentar, logo que o bebê foi para o quarto já pôde mamar, e 4 dias depois, quando ja estávamos em casa o leite "desceu" e o que era colostro agora era efetivamente o leite!!!
Quando o leite desceu, eu achei que era a pessoa que mais tinha leite na face da terra, mas ai é que começaram alguns problemas. Primeiro, o Vitor queria mamar o tempo inteiro e eu não sabia se deixava ou se colocava limites (que absurdo), então recorri ao pediatra, que citou uma parte bíblica inclusive e que me deixou muito aliviada: " Dê de comer a quem tem fome e dê de beber a quem tem sede". Ótimo, eu estava com um problema solucionado, mas não parava por ai não. a segunda questão, é que eu não sabia quando o Vitor estava saciado. Ele mamava 10 minutos, comigo cutucando ele o tempo todo e no final eu não sabia quem tava cansado se eu ou ele. Isso foi superado com deixar ele no peito até ele dormir, e não só isso, mas também quando ele tira a boca do seio. Além é claro, do amadurecimento dele que vai me dando sinais mais claros.
Meu filho, não tem muito problema de cólica, ele tem alguns dias de crises, mas não sofremos muito com isso. Nos primeiros dias eu estava muito preocupada com tudo que comia por causa do medo de dar cólica nele, no final das contas eu comia arroz e carne e tomava chá de erva-doce com camomila e funcho, e claro que isso tornava cada dia menos atraente o fato de comer. Isso acoplado com o não saber quanto tempo deixar o Vitor no peito, resultou no fato dele engordar muito pouco. Com esta noticia comecei a me alimentar melhor e sem muitos medos do que iria ou não dar cólica nele. Isso ainda me preocupa, mas como não se tem uma explicação muito coerente em relação a cólica no bebê, eu to relaxando um pouco, porque afinal o que sei é que DE QUALQUER forma o bebê irá ter cólica no primeiro trimestre, pois seu sistema digestivo e intestino são imaturos e por isso, não tem muito o que fazer. O único alimento que influencia nas cólicas são derivados de leite e este próprio, porque o bebê tem dificuldade de digerir a lactose.
Ok, parece que agora todos os problemas foram resolvidas...Nada disso, ou seja, o amamentar é o abrir mão de si mesmo, do seu corpo em prol de um bem MUIIIITOOO maior, as necessidades, do ser que a gente mais ama no mundo, pois, as limitações continuam, a mãe não consegue sair por muito tempo, nem dormir por muito tempo afinal a fonte de alimento esta nela e o bebê necessita dele para se sentir seguro e alimentado.
Portanto, amamentar é um ato de PURO amor, eu fico pensando que é ter de volta aquele amor desinteressado, a mãe amamenta sem esperar nada em troca só o bem estar e sobrevivência do bebê. E o mais legal disso tudo, é são feitas muitas campanhas falando da importância do aleitamento materno, mas eu penso que os benefícios não são apenas físicos, mas principalmente psicológicos, porque a mãe que amamenta precisa estar inteira naquela relação, porque não é nada fácil amamentar, é preciso paciencia para esperar o momento da saciedade, que nem sempre ocorre no final de uma mamada. por exemplo, o Vitor, durante a noite ele mama e adormece, quando coloco ele o berço ele acorda, e quando eu achava que ia voltar a dormir,é hora de dar continuidade a mamada. Amamentar é abrir mão da própria vida, e dos próprios habitos para o próximo.
Acho também que isso é bastante temporário, rápido e necessário para o vinculo mae e bebe. Além disso, é tão gostoso se sentir importante quando se vê aquele pequenino ser se alimento de parte de você, com um mesclado de satisfação física e de satisfação do amor!!!! Ahh esta sensação é muito boa!!!
Além destas questões, ainda tem por exemplo, os seios rachados (não tive este problema, graças a Deus), a questão do arroto, que nos deixou 10 noites acordados, porque eu pensava que após a mamada o bebê necessitava arrotar e se isso não acontecesse ( e quase nunca acontecia) tinha que ficar com ele de pé por 20 minutos, daí eu amamentava, e o André ficava os benditos 20 minutos tentando fazer o bebê arrotar. E ele só foi liberado desta escravidão noturna, quando o pediatra disse, que se em 3 ou 4 minutos ele não arrotar, coloca de lado que não haverá problema, isso ajudou muiiito!!!
No fim das contas, a minha opinião, é que amamentar no seio é algo extremamente importante que tem seu lado bom e tem seu lado difícil como tudo na vida!!!!